terça-feira, 2 de junho de 2009

O estranho no ninho


Eu bem tentei. Não gostaria de iniciar minhas atividades neste falando aquilo que sempre falei desde o início de minha jovem trajetória na Internet. Não consegui. Sucumbi diante da impaciência em debater outros temas e também do prazer em falar de esportes: da NBA, neste caso. A partir dessa semana, Los Angeles Lakers e Orlando Magic, campeões das conferências Oeste e Leste da Liga, respectivamente, abrem a série final da NBA. Será o duelo do gigante Lakers e suas 30 finais e 14 títulos contra o destemido Magic, que chega a sua segunda final em 20 anos de existência.

Não é a final dos sonhos do mundo inteiro. Do mundo esportivo, do mundo dos negócios, do mundo do entretenimento. Não é a final dos sonhos do mundo inteiro. Mas é a final da temporada 2008-2009 da NBA. Ao passo em que LeBron James enfim conseguiu aliar sua espetacular maneira de jogar basquete com a gana de vencer e tornar seu time competitivo, ganhando assim o prêmio de melhor jogador da temporada regular, todo o planeta abria os olhos para aquele que poderia ser o maior encontro da década numa disputa de série final do basquete norte-americano: de um lado o camisa 23 do Cleveland Cavaliers e de outro Kobe Bryant e o seu Los Angeles Lakers, ávidos pelo título após a derrota para o rival Boston Celtics há aproximadamento um ano. Era demais pra todo mundo. Os MVPs do ano passado e deste. Os sucessores na linha real de Michael Jordan. Os garotos-prodígio lançados sem mesmo pisar os pés em quadras de universidades. As suas imagens nos dólares que entravam, um a um, nos cofres da Nike. As audiências explodindo nas televisões americanas e o faturamento da Liga somente subindo, subindo, subindo... Era demais pra todo mundo. Seria demais. Seria.

Dwight Howard e o Orlando Magic simplesmente não se deixaram contagiar pela febre - não a gripe - mundial e se mostraram grandes, com o perdão dos 2,11 m de altura do pivô, e acabaram com todos os prognósticos feitos antes das finais da conferência Leste da temporada 08-09 na NBA. Pergunte a qualquer um: qualquer um! O Cavaliers jogava um basquete lindo, vistoso, que não perdia dentro de casa, que via James anotar triplos-duplos como pencas de bananas vendidas nas feiras. O Magic tinha sim um jogo aberto, inspirado nas bolas de três pontos e apostava na altura e ferocidade de Howard. Apostou bem. O fato é que o camisa 12, selecionado e contratado pela equipe da Flórida ainda em 2004, com apenas 18 anos de idade, dá um passo muito importante para cravar seu nome na história da franquia, ainda moça, já que criada em 1989. Shaquille O'Neal e Penny Hardaway guiaram o Magic às Finais em 1995, caindo diante do Houston Rockets de Hakeem Olajuwon em quatro jogos. Após isso, Grant Hill e Tracy McGrady não obtiveram sucesso algum com a camiseta azul do time da Disneylândia. Do outro lado ainda há Kobe Bryant e o Los Angeles Lakers, donos de 14 títulos da NBA. Há de se saber se um raio, um pássaro ou um avião pode passar duas vezes no mesmo lugar. O "Superman" tenta provar que sim, colocando-se já entre os memoráveis nas mentes dos torcedores.

Há de se constatar - e se lamentar - a ridícula reação de James ao terminar da série, ainda no sábado passado, dia 30 de maio. Alegar que considera-se muito competitivo para não aceitar a derrota e cumprimentar seus adversários, mandando somente no dia seguinte um e-mail para congratular Howard e sua equipe? Não. É de menos. Isso sim é de menos. A NBA não merece que sua futura - e presente - estrela haja com uma mediocridade extrema a esse ponto. "King James" não agiu com a cordialidade e a superioridade características de um rei. Saber ser um atleta não é apenas levantar 200 kg de peso antes das partidas, anotar médias históricas durante uma série e depois do cronômetro zerado fazer biquinho. Não. Também se aprende nas derrotas e a vida continua. Saber ser atleta é saber que no esporte existem outros tão bons ou iguais a você, e que estes merecem respeito, acima de tudo.

Para os fãs do basquete norte-americano, a ESPN anuncia a transmissão da série final a partir da próxima quinta-feira, dia 4, às 22h, data e horário do jogo de número 1, a ser disputado no Staples Center, em Los Angeles, na Califórnia. Será a primeira mostra para os parâmetros de todos: do mundo esportivo, do mundo dos negócios, do mundo do entretenimento...

sábado, 2 de maio de 2009

Back in black

Estou de volta. Aliás... Estamos de volta. Depois de um significativo tempo ausente dos monitores de todos vocês, leitores, eu e o The Guina's Book retornamos. Para quem não nos conhece, me dê a honra: me chamo Guilherme Gonçalves e por cerca de um ano e oito meses fui colunista semanal do NBA Jumper, site especializado em cobertura da NBA, o basquete profissional norte-americano. Neste, sempre gostei de traçar paralelos entre o cotidiano e os acontecidos no basquete ianque e internacional, de um modo geral, aliando a isso uma dose de humor - sarcástico em certos casos, estúpido em outros. Na maioria deles. Dito isso e lembrando-me que desde meu desligamento do site não me atrevi a escrever novamente na internet, retorno neste, que espero ser a nova cara de uma análise no mínimo folclórica sobre tudo o que possa rodear o tudo: aspecto central das minhas e das vossas palavras, ao passo em que não existe escritor ou um mero blogueiro sem a presença - mesmo que rara - de seu público. Público este que sempre me estimulou a escrever mais e mais em minha antiga experiência - esta ainda interminada... - e que, procuro certeza, também não deixará de ler as vagas idéias que aqui espero dividir.

Mais para frente, aquilo que será chover no molhado: gripe suína, Ronaldo, a política nacional e qualquer devaneio que possa restar em minha mente.

"Back in black, I hit the sack. I been too long, I'm glad to be back..."